Há alguns tabus em nossa sociedade que me incomodam. Eu não entendo: um político pode desviar milhões da saúde pública, dos hospitais e das escolas que acaba se safando, mas se tiver uma amante, tipo Monica Lewisky,a vida pública dele acabou. E daí que o cara tem amante? O mal que ele causa com esta atitude atinge apenas o privado, não o público.
Ouvi no jornal hoje que as igrejas estão fazendo uma campanha contra a candidata a presidência, Dilma Roussef porque ela se manifestou a favor do aborto e da união civil de homossexuais. Estes tabus,esses dogmas religiosos, sempre atrasam a sociedade, faz com que as pessoas escolham ver só o preto no branco, quando há uma gama infindável de possibilidades. Por que os gays não podem se casar?Por que não podem assumir legalmente a responsabilidade da vida em comum? Que mal isso vai me fazer? Como heterossexual casada, assumi uma série de responsabilidades civis com o meu parceiro, entre elas, somos responsáveis economicamente um pelo outro. Por que os gays não devem ter registrado a obrigação de assumir a responsabilidade pela pessoa que escolheu dividir a vida, assim como eu? Ou essas pessoas que são contra o casamento gay, imaginam que casamento é só um mar de rosas, um sonho dourado no fim da história da Cinderela? Casamento é um contrato cívil, em que nos tornamos legalmente responsáveis pela vida em comum com a pessoa que escolhemos. Não importa que essa pessoa seja um homem, uma mulher ou um extra terrestre membranoso.
Eu sou contra o aborto e a favor da legalização. Meu raciocínio é simples:quem quer fazer uma aborto faz de qualquer jeito, sendo legal ou não e depois o tratamento das sequelas de um aborto mal feito vai custar muito para o meios de saúde pública indo pesar no bolso de todos, inclusive daqueles que travam esta luta boba contra a legalização. Há um trecho da série Sex and the city em que Carrie, que fez um aborto aos 17 anos responde a seguinte pergunta:"Quando a gente supera uma coisa dessas?" Ela responde, aos 32 anos: "Eu espero superar em breve..." A mensagem do episódio é clara: A decisão de fazer um aborto não é fácil, fica na cabeça da mulher para o resto da vida, martelando, doendo. Não só na televisão, já ouvi relatos de várias mulheres que fizeram aborto, algumas que não tiveram sequela nenhuma, outras que ficaram muito mal depois e vivem com este peso assombrando a vida delas. Tem muita coisa na vida da gente que não pode ser regulada pelo Estado. O público e privado não devem se misturar. É preciso dar informação as mulheres, explicar que mesmo feito em uma boa clínica, o aborto vai doer para o resto da vida, é uma decisão que machuca. Mas deve machucar apenas a pessoa que tomou essa decisão. O Estado acaba se responsabilizando por isso, quando permite que procedimentos abortivos monstruosos sejam feitos em clínicas clandestinas causando malefícios terríveis. Deixem que esses procedimentos sejam feitos em boas clínicas de saúde e que a responsabilidade fique só com quem decidiu por ele. O Estado oferece, mas não intervém.Em contra partida, que se gastem um milhões usados nos tratamentos das sequelas físicas e emocionais com programas de informação, para evitar gravidez indesejada.
Ontem li no Yahoo respostas uma garota garantindo para outra que só se engravida 5 dias antes ou 5 dias depois da menstruação. Isto me deixou em preocupada, não só estas duas, que devem ter uns 15 anos mais ou menos, penam pela falta de uma informação tão básica mas que pode comprometer o futuro deles. E os outros que lêem essas bobagens?
Quando as igrejas se metem na política, como os padres e os pastores estão fazendo para apoiar o José Serra, a coisa fede. Na véspera da eleição um padre aqui da minha comunidade encerrou a missa dizendo:"Não votem naquela que apoia o aborto!" Ele pode até falar: "A igreja é contra o aborto" mas mandar votar ou deixar de votar está errado. Ele não pode manipular o voto de ninguém.
Ao invés de ficar "engrandecendo dogmas" para prejudicar esse ou aquele candidato, por que esses pastores e padres não se preocupam em criar projetos que levem informação a seus seguidores? Dizer não faça sexo é um absurdo.
Sexo é uma necessidade biológica e como tal não deve ser reprimida. Quando bebês, nos ensinam o jeito certo de comer e de fazer nossas necessidades. Quando adolescentes é necessário que nos ensinem o jeito certo de expressar nossa sexualidade. Sim, eu acho que sexo, assim como qualquer necessidade de nosso corpo, deve ser feita de forma a nos proporcionar o maior prazer possível.
Como uma refeição bem temperada é muito mais prazerosa que um pão seco no pé do balcão da padaria, uma relação sexual também exige cuidados. Se ensinamos as futuras gerações a cozinhar, por que não ensiná-las a fazer sexo com prazer e segurança? A minha geração penou para descobrir sozinha e as gerações que antederam a minha também. Quando prazer desperdiçado! Até quando?
A mim, pouco importa que um político tenha amantes homens ou mulheres,não sendo pedófilo, estuprador,ou mahucando outro ser vivo, o que eu tenho com isso? Não ligo nem que use drogas, desde que isso não prejudique a mais ninguém e nem a sua eficiência no trabalho.
Agora quando lança mão de difamações, quando a Igreja começa a conduzir as pessoas para que apoiem o candidato de seu interesse,eu que sempre fico na minha começo a gritar.Isso vai contra a democracia que deve existir em um Estado Laico.Parece que voltamos a idade média.
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