quinta-feira, junho 21, 2012

Quase tudo


  Era meia noite e fazia calor em Paris.Ela colocou jeans e tenis e desceu do seu quarto de hotel para tomar um pastis. Distraída, se assustou ao ver um homem que lhe falava misturando francês e espanhol. Não o achou nem bonito nem feio,nem velho e nem moço.Aceitou a cantada mas não levou adiante.Tomou sua bebida e voltou para o quarto. 
     Ao ouvir alguém bater a porta, imaginou ser o concierge, mas não, era o homem do bar que lhe disse que como ambos estavam sozinhos, não havia razão para não passarem a noite juntos. 
     Ela bateu a porta indignada (mas não o bastante para esquecer que ele havia lhe dito o número do seu quarto).
Pensou em tudo o que vivera e principalmente em tudo que ele disse e esqueceu tudo que aprendera sobre o sexo estar indissoluvelmente ligado ao amor. Criou coragem e foi correndo ao encontro do desconhecido, sua única precaução foi  trocar o tênis por um salto alto...
E aconteceu o que tinha que acontecer. Sem preâmbulos, sem diálogos ou promessas desnecessárias. Apenas libertação!
Quando isso aconteceu, ela já tinha 64 anos...
 Eu poderia falar muito mais sobre  o livro Quase Tudo, de Danuza Leão mas preferi contar apenas este trecho. Achei-o sublime, não pelo fato dela ainda ser sedutora (e seduzida) depois dos sessenta, mas porque este é o ápice da reinvenção de uma mulher que de verdade, viveu Quase Tudo.

Leitura mais que recomendada. Obrigatória!


Este ano ando lendo muito sobre o amadurecer e a plenitude feminina. 
Já encomendei O evangelho de Coco Chanel- Lições de vida da mulher mais elegante do mundo
e também Dois batons e um amante, os segredos da mulher francesa
Acho difícil, mas vamos ver se esses estrangeiros conseguem me provocar o encantamento que os livros da Danuza me provocam.

quarta-feira, junho 13, 2012

No útero da mãe terra

Uma amiga tenta de me convencer a ir a "cerimônia da sauna sagrada". Dirige e acende um incenso no painel do carro enquanto ouvimos algum new age para ativar a atenção, dirigir com segurança ou alguma coisa relativa a paz mundial, sei lá...
- É maravilhoso, Clê! A gente alinha nossos chacras, entra novamente em harmonia com a mãe Terra. É uma viagem muito mais natural que o Santo Daime.
- ! 
(Interprete essa exclamação como uma série de perguntas e espantos dirigidos a ela).
Ela se cansa da minha bronca e volta ao primeiro assunto, a tal  história de entrar nas "partes íntimas" da Mãe Terra:
- A gente entra em uma caverna com rochas aquecidas, entoa músicas para a Grande Deusa,  depois vai observar as estrelas,meditar, caminhar na floresta, é tudo de bom! Quando eu volto esqueço todos os problemas,não me lembro nem onde fica meu trabalho.

   Não quero contrariar minha amiga, que está saindo de um divórcio horroroso, mas por nada nesse mundo vou me meter numa caverna cheia de pedra quente, para simular "o útero da Mãe Terra". Odeio cavernas. Só vou para debaixo da terra depois de morta e  a contra gosto!
   Faço mais algumas perguntas e fico sabendo que quem indicou esta "viagem maravilhosa ao centro do âmago do nosso interior" foi um sujeito que ela anda paquerando.
   - Ele é tudo Clê, em várias regressões minhas a vidas passadas me encontrei com ele, mas nunca deu certo porque tínhamos muitos resgates cármicos. Agora a gente se encontrou nesta vida, apenas para sermos felizes.
...
   - No que ele trabalha mesmo?
   E aí ela me explica que ele é um Life coach, que ele ajuda as pessoas a viverem a vida etc e tal. Eu não resisto e faço a piada:
    -Ah, então ele é um palpiteiro da vida alheia e ganha dinheiro pra isso?
    Ela desconversa,acho que para não me dar uma resposta grosseira. Ela é sempre muito gentil,parece imune a comentários ácidos. Gosto muito dela, mas não confio nada nesse novo estilo de vida que ela anda seguindo,nem no namorado que ela arranjou.
Só não sei como dizer isso a ela...

    

sexta-feira, junho 08, 2012

Corre menina!




Na África, todas as manhãs o veadinho acorda sabendo que deverá conseguir correr mais do que o leão se quiser se manter vivo. Todas as manhãs o leão acorda sabendo que deverá correr mais que o veadinho se não quiser morrer de fome.
Conclusão: Não faz diferença se você é veadinho ou leão, quando o sol nascer você tem que começar a correr.




bom fim de semana e corre menina!

sexta-feira, junho 01, 2012

A gente voltou

Eu adoro esse jeito meio maluquinho/discreto da Clarice Falcão!
O jeito dela cantar e as letras de suas canções me lembram a Phoebe, da série Friends.
Se você já brigou com quem ama  e fez as pazes depois, vai entender esta canção. É uma sensação tão gostosa, de que tudo está no lugar certo, que os planetas voltaram para suas órbitas...
O melhor de amar é não brigar,mas se abriga é inevitável, vambora fazer as pazes para ser feliz de novo!